terça-feira, 17 de setembro de 2013

domingo, 15 de setembro de 2013

Notas e imagens sobre o XVII Congresso da SAB - Arqueologia sem Fronteiras

Caras leitoras e leitores,

Já passaram-se algumas semanas do XVII Congresso da SAB em Aracaju-SE, mas só agora pude finalmente ancorar o barco. Foram dias intensos e cheios que atividades, cansativo, mas muito proveitoso.
Compartilho aqui, algumas poucas fotos que fiz e que ficaram razoavelmente boas do evento.
Destaco o Simpósio 32, com alguns membros do Grupo de Pesquisa Bahia Arqueológica da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Apresentação dos coordenadores do Simpósio: Profa. Conceição Lopes (Universidade de Coimbra) e Prof. Carlos Etchevarne (UFBA).

Apresentação do Doutorando Samuel Lira Gordenstein (UFBA).

No dia 28 de Agosto de 2013, aconteceu o Fórum Empreendimentos Econômicos e Populações Indígenas, sob a coordenação do Profº Jorge Eremites e da Profª Loredana Ribeiro ambos da UFPel com representantes dos povos indígenas Xokleng (Nanblá Gakran e Carl Gakran), Guarani Mbyá (Cirilo Morinico e Jorge Veramirim), Kaiowá (Tonico Benites) e Tupinambá (Awamirim Tupinambá).

A temática mereceria um evento só sobre a questão, já que são muitas demandas e poucos são os espaços, principalmente unindo a arqueologia e os povos tradicionais. 

Kaiowá (Tonico Benites)

Guarani Mbyá (Cirilo Morinico)
Tupinambá (Awamirim Tupinambá)
Profº Jorge Eremites (UFPEL) e Profª Loredana Ribeiro (UFPEL).


 Clique aqui para ler a MOÇÃO DE APOIO DA SOCIEDADE DE ARQUEOLOGIA BRASILEIRA AOS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL.

Pensem nisso:

"Vocês estão estudando para quem, para os latifundiários ou para o povo brasileiro" (Awamirim Tupinambá).

Parabéns pela postagem Pessoal do Arqueologia e Imagem.

Link:http://arqueologiaeimagem.blogspot.com.br/2013/09/notas-e-imagens-sobre-o-xvii-congresso.html

sábado, 7 de setembro de 2013

Iphan fará seleção para 163 vagas

Contratação será por tempo determinado.
Todas as vagas são de nível superior.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi autorizado pelos Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Cultura a contratar 163 profissionais por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público. A portaria interministerial nº 305 foi publicada no “Diário Oficial da União” desta quinta-feira (29).

Os profissionais serão contratados devido ao aumento transitório do volume de trabalho em função das ações demandadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento - PAC e pelo PAC Cidades Históricas.

A contratação dos profissionais deverá ser efetuada por meio de processo seletivo simplificado.
São 31 vagas para atividades técnicas de complexidade intelectual (graduação em qualquer área e experiência de 3 anos na área de logística, convênios e contratos do setor público), 80 vagas para atividades técnicas de complexidade gerencial e de engenharia sênior (graduação em arqueologia ou pós-graduação stricto-sensu em arqueologia ou com área de concentração em arqueologia reconhecida pela Capes, e experiência de 5 anos ou titulação de mestre ou doutor nessa área) e 52 vagas para atividades técnicas de complexidade gerencial e de engenharia sênior (graduação em arquitetura ou engenharia civil, e experiência de 5 anos ou titulação de mestre ou doutor nessas áreas).
O prazo de duração dos contratos deverá ser de até 1 ano, com possibilidade de prorrogação até o limite máximo de 5 anos, desde que a prorrogação seja devidamente justificada pelo Iphan. Decorrido o período de cinco anos a partir da divulgação do resultado final do processo seletivo, não mais poderão viger os contratos firmados com base na autorização da portaria.

Com vaga para GRADUANDOS EM ARQUEOLOGIA. Fiquem de olho!

Link:http://g1.globo.com/concursos-e-emprego/noticia/2013/08/iphan-fara-selecao-para-163-vagas.html

Peças arqueológicas que eram vendidas pela internet são apreendidas pelo MP


Os materiais, que pela lei brasileira são bens protegidos, foram recuperados durante investigação que começou em 2012

Estado de Minas
Publicação: 06/09/2013 17:48 Atualização:

Duas pessoas foram detidas por colocar os materiais à venda (Ministério Público de Minas Gerais (MPMG)/Divulgação)
Duas pessoas foram detidas por colocar os materiais à venda
Já estão no Laboratório de Arqueologia do Museu de História Natural da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) dois instrumentos arqueológicos que foram apreendidos pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). As duas peças, um machado e um soquete pré-históricos feitos em pedra polida, estavam sendo vendias pela internet. De acordo com a legislação brasileira, bens arqueológicos são protegidos, pertencem a União e não podem ser vendidos.

O primeiro objeto encontrado foi o soquete de pedra, denominado de “mão de pilão”, que foi colocado à venda por um cidadão no Sul de Minas. Em maio deste ano, o responsável do anúncio foi preso em cumprimento de mandado expedido pela Promotoria de Justiça de Três Pontas. O documento foi cumprido pela Polícia Militar (PM).

Dando continuidade à investigação, que começou em 2012, o MP recebeu uma denúncia feita pela Sociedade de Arqueologia Brasileira e pelo Centro Nacional de Arqueologia do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), de que um morador do Alto Paranaíba oferecia um machado pré-histórico fabricado em pedra pela internet.

O responsável pelo anúncio foi identificado pela Promotoria de Combate aos Crimes Cibernéticos e preso pela Polícia Civil. O machado, confeccionado em pedra polida, tem 20 centímetros de comprimento. Os dois objetos foram encaminhados para a UFMG onde passarão por perícia de autenticidade.

As duas pessoas detidas irão responder pelo crime de receptação qualificada. Caso sejam condenados, podem pegar de três a oito anos de reclusão, e podem ter que pagar multa.
Link:http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2013/09/06/interna_gerais,446278/pecas-arqueologicas-que-eram-vendidas-pela-internet-sao-apreendidas-pelo-mp.shtml

Percival participa do 1º Simpósio Internacional de Arqueologia

“A realização deste evento é motivo de orgulho para todos nós rondonopolitanos"

Prefeitura Municipal de Rondonópolis
O prefeito Percival Muniz destacou nesta quinta-feira (5) a importância da realização aqui na cidade do 1º Simpósio Internacional de Arqueologia, que está reunindo no Campus da UFMT, em Rondonópolis, até essa sexta-feira, pesquisadores, especialistas de importantes instituições de ensino superior do Brasil, bem como de outros países. O evento tem como temática os 30 anos de pesquisas arqueológicas por uma Missão Franco-Brasileira, na região da Cidade de Pedra, que fica localizada município de Rondonópolis.

“A realização deste evento é motivo de orgulho para todos nós rondonopolitanos. Um evento, que trouxe até a nossa cidade, ao Campus da nossa UFMT, que a cada dia se agiganta mais, especialistas e pesquisadores de outras importante instituições de ensino superior do Brasil, além de instituições renomadas de outros países, como a França, servirá tanto para destacar, debater e divulgar as descobertas em 30 anos de pesquisas na Cidade de Pedra, quanto para incentivar novos estudos do potencial arqueológico de um local de rara beleza e de forte simbologia para nossa cidade”, avaliou o prefeito, durante sua participação no evento, na manhã desta quinta-feira.

Segundo Muniz, o município de Rondonópolis tem na UFMT uma grande parceira para vencer este desafio, que é fazer com que a cidade exerça o papel de polo prestador de serviços e dessas tranferências intelectuais para todo o cerrado brasileiro.

“Por isso, temos buscado realizar parcerias com a Universidade Federal, que dispõe da excelência em conhecimento que precisamos para aplicar em diversas áreas, como a qualificação e pesquisas que nos ajudarão a transformar o nosso bem econômico e um bem social. Que, como resultado, irão melhorar as condições de trabalho e de vida para toda nossa gente", ressaltou Percival.

Na sua visita ao evento, o prefeito Percival foi presenteado com o exemplar de um dos livros produzidos sobre o local, “Cidade de Pedra: Passado no Presente”. O livro é organizado por Águeda Vilhena Vialou e Levy Figuti, que foi lançado neste 1º Simpósio Internacional de Arqueologia.

Simpósio
O 1º Simpósio Internacional de Arqueologia, que ocorre juntamente com a 18ª Semana de História, é uma realização do Departamento de História do Campus de Rondonópolis da UFMT, com a parceria do Museu do Homem de Paris (França), Museus de Arqueologia e Etnologia da USP (Universidade de São Paulo) e da Agropastoril Jotabasso.

As pesquisas na Cidade de Pedra são realizadas pela Missão Franco Brasileira, composta por pesquisadores do Museu Nacional de História Natural de Paris, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP), bem como de outras instituições brasileiras e estrangeiras.

Entre os pesquisadores participantes do Simpósio estão a arqueóloga Águeda Vilhena, do Museu Nacional de História Natural de Paris; o professor e arqueólogo Denis Vialou, também do Museu Nacional de História Natural; o professor da UFMT Adilson José Francisco, coordenador do evento, e Maria Beatriz Florezano, diretora do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP.

As descobertas científicas nestes trinta anos, que iniciaram a partir de achados do proprietário da área, diante da indicação da presença de povos pré-históricos, apontam que a Cidade de Pedra foi, não só uma área de grande circulação, mas de fixação de pessoas, em diferentes épocas, conforme demonstram as prospecções nas camadas geológicas, diz o historiador Adilson, acrescentando que os achados anunciados no evento indicam a presença humana há cerca de cinco mil anos.

A região da Casa de Pedra é considerada uma área de intercurso entre povos incas e guarani. “Líderes Bororo não reconhecem como seus os grafismos ali existentes”, diz o historiador. Trata-se de um território de formação vulcânica no meio de dois rios muito piscosos (Rio Vermelho e Rio Cidade de Pedra), o que também facilita a fixação. Hoje, é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), O Parque João Basso, de 140 hectares.
Link:http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=1&cid=171830

Acervo arqueológico de Palmela disponível nas galerias do Castelo


As galerias municipais no Castelo de Palmela têm disponível à consulta pela população o acervo arqueológico do município que estava na posse do Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal e arquivo municipal de Palmela. Ana Teresa Vicente, presidente da Câmara Municipal de Palmela, esclarece que a reabertura das Galerias da Praça de Armas dignifica o “trabalho arqueológico que tem sido feito no concelho e que não era visível ao público”.

“A arqueologia só tem valor quando é tornada pública”, prossegue a edil palmelense. Dentro das galerias municipais pode-se ter a perspetiva do que era o concelho desde a pré-história, possuindo material de escavações efetuadas em todas as freguesias. Artefactos do Povoado Fortificado de Chibanes, das Grutas Artificiais da Quinta do Anjo e a própria Carta Arqueológica de Palmela estão disponíveis ao público, bem como as várias fases de ocupação do castelo e um espaço dedicado à vida neste local.

A par da reabertura do espaço arqueológico do museu de Palmela, as obras de consolidação da Casa Capelo estão finalizadas, o que representou um esforço financeiro de cerca de 400 mil euros. “É necessária ainda uma reformulação mais profunda no interior do edifício”. Ana Teresa Vicente afirma que a câmara municipal tem de possuir ajudas exteriores para prosseguir com o plano de recuperação e animação do castelo.

“O próximo programa de financiamento comunitário deve ser aproveitado para obras como uma intervenção mais profunda dentro da Casa Capelo”, frisa a presidente da Câmara Municipal de Palmela, acrescentando ser “muito difícil para a autarquia avançar sozinha com as várias intervenções”. Para um futuro próximo está agendada a abertura de um bar nas imediações do castelo, já em fase de atribuição da concessão.

Link:http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDetailFo&rec=20242

Arqueologia – Simpósio divulga descobertas de pesquisas

Arqueologia – Simpósio divulga descobertas de pesquisas


Da esq. p/ dir., a antropóloga e documentarista Delvair Montagner, o professor Adilson José Francisco, a arqueóloga Águeda Vilhena, e o professor e arqueólogo Denis Vialou: divulgação dos resultados das pesquisas na Cidade de Pedra
Da esq. p/ dir., a antropóloga e documentarista Delvair Montagner, o professor Adilson José Francisco, a arqueóloga Águeda Vilhena, e o professor e arqueólogo Denis Vialou: divulgação dos resultados das pesquisas na Cidade de Pedra

O município de Rondonópolis sedia, desde a noite de ontem (04/09), o I Simpósio Internacional de Arqueologia e a 18ª Semana de História. Estão sendo divulgados os resultados dos 30 anos de pesquisas arqueológicas na região da Cidade de Pedra, em Rondonópolis. Uma das grandes novidades anunciadas no evento são achados que indicam a presença humana na região em cerca de 10 mil anos atrás. O evento é uma realização do Departamento de História do Campus de Rondonópolis da UFMT, com a parceria do Museu do Homem de Paris (França) e da Agropastoril Jotabasso.

As pesquisas na Cidade de Pedra são realizadas pela Missão Franco Brasileira, composta por pesquisadores do Museu Nacional de História Natural de Paris, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP) e de outras instituições brasileiras e estrangeiras. No Simpósio, que ocorre em grande parte no anfiteatro do campus da UFMT, participam pesquisadores responsáveis pelas pesquisas, assim como estudantes de cursos de graduação e pesquisadores das áreas afins.

Em virtude do Simpósio, o Jornal A TRIBUNA recebeu ontem alguns pesquisadores participantes do evento. A arqueóloga Águeda Vilhena, do Museu Nacional de História Natural de Paris, o professor e arqueólogo Denis Vialou, também do Museu Nacional de História Natural, o professor da UFMT Adilson José Francisco, coordenador do evento, e a antropóloga e documentarista Delvair Montagner falaram ao A TRIBUNA um pouco sobre os resultados dessas pesquisas.

Conforme Águeda Vilhena, desde janeiro de 1983, vem sendo feito um programa de pesquisa anual na região da Cidade de Pedra, a partir de um chamado do proprietário da área, diante de achados que indicavam a presença de povos pré-históricos. Desde 1984, ela lembra que a parceria para as pesquisas na região vem sendo estabelecida com a Universidade de São Paulo e o Museu Nacional de História Natural de Paris, com resultados muito animadores.

Nesses 30 anos de pesquisas, a missão franco-brasileira descobriu um total de 167 sítios arqueológicos, sendo 158 abrigos rupestres e 09 aldeias (ao ar livre), em uma área de aproximadamente 300 km² da Cidade de Pedra. Águeda explica que sítio arqueológico é um local onde indica a presença humana no passado. Na região foram encontrados vestígios de povos pré-históricos como artefatos de pedra, cerâmicas, artes rupestres e carvão fruto de fogueira. Poucas ossadas humanas foram descobertas.

Águeda informa que em apenas 02 sítios arqueolégicos da Cidade de Pedra foram encontradas ossadas humanas, as quais estavam em pequenas urnas funerárias, em um enterro secundário, onde há uma seleção dos ossos para o sepultamento. Ela explica que, até então, as descobertas datavam vestígios da presença humana nessa região entre 5 e 6 mil anos atrás. Contudo, atesta que essa região foi intensamente ocupada ao longo dos rios entre 1 mil e 1,5 mil anos atrás.

Dessa forma, Águeda relata que a região de Rondonópolis se integra na Pré-História Brasileira Antiga. Não foram achados nenhum indício de contato desses povos pré-históricos da região com colonizadores, sejam portugueses ou espanhóis. Ela observa que a região da Cidade de Pedra foi favorecida para as pesquisas por estar em uma área bem protegida. “Já era bem protegida pela natureza, ficou protegida pelo proprietário e essa proteção foi reconhecida pelo Estado”, diz, lembrando que se trata hoje de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).

A pesquisadora informou que, ao longo desses anos, sempre houve uma parceria com a UFMT, para que os estudantes pudessem ir até à Cidade de Pedra, a fim de aprender sobre as pesquisas. Além disso, uma equipe da missão franco-brasileira costuma promover anualmente uma noite de palestras e conferências junto à comunidade acadêmica local. Ela não esqueceu de lembrar que a realização do atual Simpósio surgiu do interesse da Agropastoril Jotabasso, onde está situada a Cidade de Pedra, em promover um desfecho desses 30 anos de pesquisas.

Ao longo desse período, Águeda destacou que foram 400 pessoas diferentes e 900 presenças nos trabalhos de pesquisas na Cidade de Pedra, com o patrocínio da Jotabasso.
Cidade de Pedra – Intenção é criar um museu com resultados de pesquisas
Vista da Cidade de Pedra, em Rondonópolis, onde missão franco-brasileira descobriu um total de 167 sítios arqueológicos. No detalhe, algumas pinturas rupestres
Vista da Cidade de Pedra, em Rondonópolis, onde missão franco-brasileira descobriu um total de 167 sítios arqueológicos. No detalhe, algumas pinturas rupestres


Vista da Cidade de Pedra, em Rondonópolis, onde missão franco-brasileira descobriu um total de 167 sítios arqueológicos. No detalhe, algumas pinturas rupestres
Vista da Cidade de Pedra, em Rondonópolis, onde missão franco-brasileira descobriu um total de 167 sítios arqueológicos. No detalhe, algumas pinturas rupestres

O professor Adilson José Francisco, coordenador do I Simpósio Internacional de Arqueologia, destacou ao Jornal A TRIBUNA que um dos propósitos desse evento é provocar a criação de um museu com qualidade técnica em Rondonópolis, para que possa dar continuidade aos trabalhos de pesquisas arqueológicas na Cidade de Pedra, bem como prestar um trabalho educativo e turístico no município. Nesse sentido, destaca a necessidade da ajuda do poder público para viabilizar esse projeto.
Em relação às pesquisas realizadas na região da Cidade de Pedra, o professor e arqueólogo Denis Vialou, do Museu Nacional de História Natural de Paris, atesta que foram tantos os resultados arqueológicos, em um sentido amplo, contribuindo para a formação de um conhecimento bem detalhado do povoamento milenar da região de Rondonópolis. “Não é qualquer lugar no Mundo que possui uma pré-história tão intensa e tão antiga. É uma riqueza patrimonial e científica para essa região de Rondonópolis e Mato Grosso”, avalia.
Denis Vialou acrescenta que, após tantos anos de pesquisas, pode-se dizer hoje como esses povos pré-históricos viviam na região. Ele explica que essas pessoas viviam aproveitando intensamente o que a natureza da localidade lhes oferecia. Os povos pré-históricos da região viviam da pesca, da caça, das coletas, com conhecimentos aprimorados da natureza. “Vamos ver que esses homens pré-históricos não eram selvagens, mas tinham uma formação social e econômica, deixando testemunhos de um alto nível de pensamento e organização simbólica, como exemplificadas nas pinturas deixadas nas rochas”, externa.
O arqueólogo testemunha o grau de evolução desses povos pré-históricos da região com os exemplos de utensílios usados por eles, como as pedras lascadas e polidas. Nesse contexto, as formações rochosas da região eram meio abundante para essa produção. A partir dos estudos do carvão usado para fogueiras por essas pessoas, ele explica que constata-se que a vegetação de cerca de 5 mil anos atrás é a mesma que ocupa a região hoje. Os estudos indicam, por conseguinte, que esses grupos conheciam as espécies de madeiras mais próprias para uma melhor combustão. “A natureza da região produziu para eles uma economia de vida maravilhosa”, diz.
Conforme Denis Vialou, é importante notar também as particularidades dos grupos que habitavam cada microbacia naquela época. Assim como cada cidade hoje se difere das demais, apesar de semelhanças, o pesquisador atesta que nenhuma microbacia se parecia com outra. De uma microbacia para outra, mudavam-se, por exemplo, os símbolos gráficos, evidenciando que cada grupo tinha sua própria organização simbólica.
A antropóloga e documentarista Delvair Montagner dirigiu 02 documentários sobre as pesquisas da missão na Cidade de Pedra. Esses dois filmes serão apresentados na tarde de hoje, durante o Simpósio.
Amanhã (06), o evento desloca-se do campus de Rondonópolis para uma visita técnica aos sítios arqueológicos e áreas de pesquisas na Fazenda Verde, onde está a Cidade de Pedra.